Mars Express capta as mais apuradas imagens de sempre da lua marciana Phobos
Às 6:49 CEST de 23 de Julho, a nave Mars Express aproximou-se da intrigante lua de Marte, Phobos, passando a apenas 93 km do satélite, a uma velocidade de 3km/s. Durante esta passagem, a nave da ESA captou a imagem de disco completo mais detalhada de sempre, em 3-D, graças à câmara estéreo de alta resolução (HRSC).
A lua Phobos está classificada como um «pequeno corpo irregular». Mede 27 km X 22 km X 19 km e é um dos objectos que menos reflecte em todo o Sistema Solar, pensando-se mesmo que seja um asteróide de captura ou até reminiscências do material que deu origem aos planetas.
As melhores imagens de sempre
![Phobos em 3-D](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/phobos_in_3-d/9497411-4-eng-GB/Phobos_in_3-D_article.jpg)
As imagens do HRSC, que ainda estão em processamento, são uma benesse para os cientistas que estudam Phobos. São o resultado de observações levadas a cabo durante diversas aproximações à lua marciana, que decorreram ao longo das últimas três semanas. As imagens têm uma resolução máxima de 3,7 m/pixel e são tiradas em cinco canais de forma a obter imagens em 3-D, com análise das propriedades físicas da superfície.
![Potenciais locais de aterragem](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/potential_phobos-grunt_landing_site/10064473-2-eng-GB/Potential_Phobos-Grunt_landing_site_article.jpg)
As imagens obtidas até agora eram de menor resolução ou então não estavam disponíveis em 3D. Além disso, não cobriam o disco completo de Phobos. Esta é também a primeira vez que partes do lado mais longínquo da lua foram retratadas com uma resolução tão elevada (Phobos mantém sempre a mesma face virada para Marte).
![Phobos](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/phobos3/10081927-2-eng-GB/Phobos_article.jpg)
Na observação de Phobos, foi muito importante a órbita acentuadamente elíptica da nave, que no ponto de distância mínima está a 270 km do planeta e na distância máxima a 10 mil km (do centro de Marte), atravessando a órbita de nove mil quilómetros da lua marciana.
![Phobos](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/phobos4/10137431-2-eng-GB/Phobos_article.jpg)
A Mars Express captou, pela primeira vez após a missão Viking da NASA, imagens do lado mais longínquo de Phobos (relativamente a Marte).
![Geometria da aproximação a Phobos](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/geometry_of_the_phobos_fly-by/10162160-2-eng-GB/Geometry_of_the_Phobos_fly-by_article.png)
Imagens tão detalhadas serão fundamentais na definição do local de aterragem da missão russa de recolha de amostras Phobos-Grunt, que será lançada em 2009. Nas fotos é bem evidente a superfície lunar, altamente irregular.
Um desafio operacional
![Animação da aproximação a Phobos](/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2008/07/phobos_fly-by_animation/9945467-3-eng-GB/Phobos_fly-by_animation_article.gif)
Comandar as operações de aproximação foi um extremo desafio que exigiu o recurso a uma manobra especial em que o corpo da nave é rodado contra a direcção do movimento de forma a baixar a velocidade a que o alvo passa no campo de visão da câmara. Isto permite evitar as imagens desfocadas, apesar das elevadas velocidades de aproximação, e manter um tempo de exposição aceitável.
Notas para os editores:
O investigador principal (PI) para a experiência do HRSC no Mars Express é o Prof. Dr. Dr Gerhard Neukum, que também desenhou a câmara tecnicamente. A equipa científica é constituida por 45 Co-investigadores de 32 instituições, de 10 países. A câmara foi desenvolvida no Centro Espacial Alemão (DLR) em cooperação com os parceiros industriais (EADS Astrium, Lewicki Microelectronic GmbH and Jena-Optronik GmbH). As operações são comandadas a partir da ESA/ESOC pelo DLR Institute of Planetary Research, onde é levado a cabo o processamento sistemático das imagens.
As imagens aqui mostradas foram processadas pelo grupo do PI no Institute for Geosciences da Freie Universitaet Berlin, em cooperação com o DLR Institute of Planetary Research, Berlin.