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Como se constrói um foguetão

22/06/2015 1179 views 4 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Os motores dos foguetões são máquinas que combinam força e precisão para transportar satélites e astronautas de forma segura. Como é que se constroem estes aparelhos que nos permitem atingir o espaço? 

Um foguetão pode demorar anos a ser construído. Um lançamento leva apenas alguns segundos. Mas é um momento que pode parecer uma eternidade. Como realça Gaele Winters, diretor de lançamentos da "Agência Espacial Europeia (ESA)" é necessária muita energia para vencer a gravidade terrestre e atingir o espaço."

A questão está na força dos motores e na forma como são alimentados - no caso do foguetão Ariane 5, combustível em estado líquido e sólido. 

Num canto remoto de uma floresta na Normandia, em França, perto de Vernon,fabricam-se motores de foguetões. Viemos até ao complexo da Snecma. É na torre de testes que os aparelhos ganham vida pela primeira vez. Gilles Huart, responsável pelas operações, explica que _"os motores são testados mal saem da produção. Dura umas centenas de segundos. A segunda vez que os ligamos é na rampa de lançamento." 

Há três motores que são construídos neste local: o Vulcain 2, utilizado no corpo principal do Ariane 5; o HM7B, que integra a parte superior; e o Vinci, que ainda está em fase de desenvolvimento. Todos funcionam sob o princípio da impulsão gerada pela aceleração de gás. 

"A coluna vertebral de um motor criogénico é a câmara de combustão, à qual se segue a embocadura onde os gases se aceleram para criar a propulsão. O último componente essencial do motor é a junta. É ela que liga o motor ao foguetão, sustentando a força da impulsão e permitindo a orientação do motor", salienta Thierry Delaporte, diretor da Snecma. 

Vários componentes são produzidos noutras partes da Europa para depois serem montados aqui. Mas os elementos vitais como a bomba de combustível, por exemplo, são feitos nesta fábrica. Um processo que é cuidadosamente supervisionado. 

A engenheira Emilie Demeule afirma que "na fábrica da Snecma, em Vernon, fazemos peças fazem parte da bomba que injeta hidrogénio para o motor Vulcain do Ariane 6. Temos uma linha de produção composta por máquinas capazes de fabricar componentes com uma precisão à escala do mícron." 

Mesmo assim, são máquinas que têm de ter a capacidade de se ajustar a outros critérios de fabrico, caso seja necessário. O Ariane 5 vai dar lugar ao 6, criado justamente para ser mais flexível. O novo foguetão estará disponível em duas versões, com dois ou quatro propulsores, capazes de transportar uma carga de 5 ou 10 toneladas. 

Segundo Gaele Winters, "o Ariane 6 é a sequência lógica do Ariane 5. A diferença principal é que o custo de transportar um quilo para o espaço vai reduzir-se a metade. Nós estamos a utilizar tecnologias que já foram desenvolvidas ou que estão prestes a sê-lo. Vamos usar o mesmo motor do Ariane 5, mas com algumas melhorias. O princípio é o mesmo. Vamos utilizar o propulsor que vai integrar o lançador Vega no futuro. Ou seja, criamos pontos comuns entre os diferentes sistemas."