Nave da ESA a caminho
O Veículo Intermediário Experimental (IXV na sigla em inglês) está pronto para voar e deixou ontem a Holanda, rumo ao local de lançamento na Guiana Francesa.
Na preparação para a chegada, o primeiro andar do foguete Vega, que irá transportar o IXV, já foi deslocado para o local de lançamento. Fica assim marcado o início da campanha do quarto lançamento do foguete Vega, planeado para meados de novembro.
Quando o Vega já estiver completamente montado, o IXV será colocado dentro da carenagem de proteção.
A nave atingirá uma altitude de cerca de 420 km antes de iniciar a descida. Graças à sua elegante forma aerodinâmica, propulsores e dois flaps traseiros, irá voltar pela atmosfera como se viesse de uma órbita baixa.
As medições feitas pelo IXV durante o seu voo hipersónico e supersónico, até ao mergulho no Pacífico, terão um valor incalculável para o desenho de futuros veículos de reentrada. É uma informação que não se consegue obter em laboratório.
Os exaustivos testes feitos durante os meses de julho e agosto, no Centro Técnico da ESA, em Noordwijk, mostram que o IXV consegue aguentar as condições exigentes da descida.
A nave foi exposta ao ruído e vibração por que vai passar durante a descolagem e ao choque da separação do Vega. Em seguida, passou por um rigoroso exame, para garantir que os sistemas e estruturas não foram afetados pelos testes.
Uma série de simulações de missão serviram para verificar que a orientação, navegação e sistema de controlo e todas as funções geridas pelo computador de bordo estão a funcionar bem. Uma simulação incluiu o Centro de Controlo de Missão em Turim, a monitorizar a telemetria.
Veja os engenheiros a trabalhar nos seguintes três vídeos:
Medindo o IXV
O IXV foi mexido e inclinado em direção aos seus três eixos para verificação das suas propriedades de massa, que têm um papel importante no voo. Para maior precisão, foi feito duas vezes, no início e no fim da campanha.
Vibrações do lançamento
O IXV tem de aguentar as vibrações extremas durante a descolagem, por isso foi aparafusado a uma ‘mesa de vibração’ e abanado a diferentes frequências, durante diferentes períodos de tempo, para garantir que a integridade estrutural e técnica se mantém durante a missão.
Separação do Vega
O IXV irá passar pelo choque da separação do foguete. A uma altitude de 320 km, um equipamento pirotécnico irá disparar para abrir uma braçadeira para que molas empurrem a nave e a separem do andar superior. É preciso garantir que esta aguenta o choque mecânico da detonação pirotécnica.
Este será o segundo voo de demonstração do Vega, gerido pela ESA, no âmbito do programa VERTA, Vega Research and Technology Accompaniment, para provar a flexibilidade do veículo.