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![]() Cartografia e dados de satélite ![]() ![]()
Um mapa pode fornecer uma visão geral de uma vasta área geográfica. No entanto, contém apenas um nível limitado e geral de pormenores sobre a área abrangida e esse nível depende do ponto de vista do autor e/ou do objectivo do mapa.
Um mapa temático limita-se, muitas vezes, à ilustração da distribuição espacial de um único elemento, como a temperatura ou a densidade populacional.
Os métodos de cartografia corológica são utilizados hoje em dia no processamento de imagem digital. Um simples exemplo de cartografia das zonas populacionais pode ilustrá-lo. A densidade populacional pode ser cartografada corologicamente colocando uma quadrícula sobre um mapa topográfico. O número de casas é contado em cada quadrado.
O resultado da contagem é uma matriz corológica constituída por números colocados num sistema de coordenadas. A distribuição geográfica da população foi, de certa forma, digitalizada, isto é, convertida em dígitos (= números), pelo que pode utilizar-se o computador para manipular os dados. Através da compilação de estatísticas da distribuição das casas, podemos agora obter uma visão geral.
O histograma mostra a distribuição de dados da matriz corológica. Com base no histograma, os dados da imagem podem ser divididos em classes diferentes A figura mostra dois exemplos de classificações baseadas no histograma apresentado: Uma classificação tem quatro classes (agricultura, vila, cidade e outro) e outra classificação em duas classes (rural e urbana)
Um histograma pode ser utilizado para traçar o número de casas em cada quadrado (0,1,2, etc.). O modelo do mapa tem uma quadrícula UTM sobreposta com o número de casas de cada quadrado como base da matriz corológica. O tamanho do quadrado tem de ser definido. Numa quadrícula UTM, pode ser de 100 m ou 10 km, dependendo da escala do mapa e da distribuição dos elementos que vão ser cartografados. A visão geral do histograma fornece a base para definir grupos significativos (classes): os quadrados com 0 casas poderiam, por exemplo, ser definidos como florestas e áreas de lazer; os quadrados com 1 a 7 casas como zonas agrícolas; os quadrados com 8 a 11 casas poderiam ser definidos como vilas; e os quadrados com mais de 11 casas como cidades.
Cabe ao cartógrafo decidir a classificação adequada dependendo da finalidade do mapa. As classificações estão sempre sujeitas a debate e a mesma matriz corológica pode servir de base a muitos mapas diferentes. A classificação seleccionada é colocada no histograma e a cada classe é atribuído um contorno, um tom de cinza ou uma cor. Os quadrados da quadrícula estão sombreados de acordo com a sua classificação (número de casas), produzindo um mapa temático.
Imagens digitais Uma imagem digital é uma matriz corológica. O tamanho dos quadrados da quadrícula é igual à resolução espacial da imagem (de satélite) e depende do instrumento que forneceu os dados. Do mesmo modo, o número de classes é determinado pela capacidade do aparelho de distinguir variações. As imagens digitais contêm muitas vezes valores entre 0 e 255, que correspondem precisamente à capacidade de 1 byte no computador.
A matriz corológica é carregada no computador e cada quadrado da quadrícula é representado através de um ponto no ecrã, um pixel (= elemento da imagem). O valor numérico de cada quadrado da matriz refere-se ao pixel correspondente com as mesmas coordenadas (x,y). A cada pixel é atribuído um tom de cinza correspondente ao valor de pixel. A matriz aparece agora no ecrã como uma imagem ou um mapa temático.
A cada área digitalizada é atribuído um número correspondente à quantidade de radiação. Se as coordenadas geográficas de cada área forem também conhecidas, é produzida uma matriz corológica. Esta matriz pode ser submetida a cálculos para poder assemelhar-se a um mapa. Nesta operação, as novas posições das linhas e das colunas têm se ser calculadas e o respectivo valor de pixel atribuído. Nesta altura, os valores terão de ser interpolados e, por isso, ligeiramente alterados. Esta matriz pode ser continuamente manipulada, acrescentando, subtraindo, multiplicando e dividindo outros mapas ou fontes de dados. Estas técnicas são denominadas processamento de imagem digital e são usadas no tratamento de grandes matrizes corológicas resultantes da detecção remota através dos satélites.
Hoje em dia, este tipo de dados é uma fonte cartográfica essencial. A detecção remota e o processamento de imagem digital são técnicas rápidas e económicas que permitem conseguir mapas mais actualizados e são ferramentas necessárias para obter mapas locais e globais das alterações ambientais em tempo real.
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