As informações contidas numa imagem
Na detecção remota, é muito importante compreender os diferentes dados fornecidos pelos sensores para poder interpretá-los correctamente. Assim, a primeira coisa a fazer é compreender o que é uma imagem de satélite e em que se diferencia de uma fotografia. A principal diferença entre uma fotografia e uma imagem de satélite é que a fotografia tem um formato analógico e é normalmente impressa em papel antes de ser interpretada. A imagem de satélite tem um formato digital e normalmente utiliza-se um computador para a analisar e interpretar.
Os formatos digitais são muito comuns nos nossos dias. Consegues dar alguns outros exemplos de dados adquiridos por uma fonte digital?
* Vê a Resposta 1 no final da página O formato analógico é um formato que guarda todos os dados continuamente. Por exemplo, quando tiras uma fotografia da tua casa, todas as informações são distribuídas continuamente pela fotografia; não existem arestas vivas entre uma parte da fotografia e a outra.
O formato digital, ao contrário, grava cada bloco de informação separadamente. Se aproximares suficientemente o zoom numa imagem de satélite, poderás ver muitos quadrados de diferentes cores.
O formato digital baseia-se realmente num procedimento matemático (chamado 'sistema binário'), que permite aos computadores registar os dados e, posteriormente, restituí-los, calcular e guardar os dados, inclusive criar imagens. De facto, o sistema binário é a base de todo o mundo informático. A única coisa que o computador consegue 'compreender' são os impulsos eléctricos - quer existam quer não. Isto traduz-se em sim ou não; 0 ou 1. Os matemáticos pensavam que, com os computadores, o sistema não necessitaria de trabalhar com decimais. Um sistema decimal é aquele que normalmente usamos para contar: de 0 a 9, depois começa uma nova série de dez: 10 a 19, depois 20 a 29, etc. Com os computadores, vai de 0 a 1, recomeçando depois uma nova série (0 quando não existe impulso eléctrico e 1 quando existe).
Assim, em 'linguagem' informática, temos:
Nota sobre o sistema binário:
O pixel Uma imagem de satélite é feita de muitos quadrados chamados pixéis. Sendo a unidade mais pequena numa imagem de satélite, o pixel é muito importante: juntos, os pixéis fornecem todas as informações que compõem uma imagem completa.
A primeira coisa importante a saber sobre as imagens de satélite é a sua resolução. Imagina uma imagem de satélite de uma cidade com um campo de futebol no meio. O quadrado ou pixel mais pequeno dessa imagem pode ser o campo de futebol inteiro, ou o ponto central do campo. No primeiro caso, pode dizer-se que a resolução da imagem não é muito boa; no segundo caso, haveria mais pormenores para ver na imagem e pode dizer-se que a resolução da imagem é muito boa. A resolução de uma imagem é a distância mais pequena que o sensor consegue identificar.
Qual das três imagens de Londres nesta página possui a melhor resolução? Porquê?
* Vê a Resposta 2 no final da página
Cada pixel numa imagem tem um valor. O valor corresponde à intensidade da radiação reflectida pelo objecto observado dentro do intervalo de comprimento de onda a que o sensor é sensível.
Por exemplo, se o objecto observado for uma planta (sem flores) e o sensor utilizado for especialmente concebido para detectar o verde, a intensidade será muito elevada. Com esse mesmo sensor, se o objecto observado for um carro vermelho, a intensidade será muito baixa.
RGB (Red, Green, Blue = Vermelho, Verde, Azul ) Um paradoxo deste sistema de aquisição de imagens é que, enquanto muitas imagens de satélite processadas (acabadas) aparecem a cores, os valores brutos dos pixéis estão apenas na escala de cinzentos (isto é, entre 0-255). Por isso, durante o processo, múltiplas imagens de satélite (do mesmo sensor, mas em diferentes bandas ou adquiridas em dias diferentes) são muitas vezes combinadas para criar uma imagem a cores.
Para produzir uma imagem a cores, a cada banda é atribuída uma cor (vermelho, verde ou azul). É isto que aparece na figura acima.
* Resposta 1: CDs de música, CD Roms, DVDs, etc.
Last update: 11 Fevereiro 2010
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