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Xangai - O crescimento é extraordinário nesta megacidade com 20 milhões de habitantes

Xangai

"O desenvolvimento que atribuiu a Xangai uma taxa de crescimento económico na ordem dos 11,8% no ano passado deve continuar, mas com um maior foco sobre o ambiente."

Jiao Yang, porta-voz do Governo de Xangai, realça a importância do ambiente, ao acolher o JP Explorer no edifício governamental localizado no coração da cidade, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.

"Nunca permitiremos a realização de projectos de desenvolvimento económico sacrificando o ambiente. Assim, se um projecto que pareça razoável em vários aspectos, mas poluir o ambiente e produzir elevadas quantidades de gases de estufa, será rejeitado. No futuro, o desenvolvimento de Xangai centrar-se-á muito mais na qualidade de vida das pessoas e na natureza", sublinha Jiao Yang.

Esta afirmação é politicamente correcta, num país conduzido com firmeza pelo governo comunista nos últimos 50 anos. Mas abrem-se novos horizontes para Xangai.

É quase simbólico que a porta-voz formal, ultra-profissional e bem preparado tenha na mão um calendário com o logótipo da Coca-Cola enquanto explica o desenvolvimento futuro de uma das maiores cidades do mundo. A sua apresentação é quase mais caracterizada pela ideologia burguesa acerca do liberalismo e das boas oportunidades para a indústria do que o próprio governo de direita na Dinamarca.
 
 
Poluição causada pela circulação de veículos

No entanto, tudo pode perder um pouco o sentido quando Jiao Yang fala em desenvolvimento sustentável numa cidade onde é por vezes difícil respirar devido à poluição do ar causada pela circulação de veículos. Mas as intenções também são boas quando o tema é o trânsito.

"É provável que se considere o trânsito um pouco caótico. No entanto, também tentaremos controlar este facto embora esta tarefa possa demorar uma década" afirma Jiao Yang.

A mensagem de que se está a tentar criar uma cidade verde pode ver-se por todo o lado. Mesmo ao longo da estrada que atravessa a cidade, foram plantadas árvores, arbustos e flores ao longo da estrada. Quando os bulldozers circulam pela cidade para derrubar edifícios antigos, deixam espaço para um nova fila de arranha-céus, bem como novas praças e parques verdes. O objectivo consiste em que 10% da área de Xangai seja composta por áreas verdes.

Infelizmente, Jiao Yang não é capaz de fornecer números precisos relativamente ao aumento da emissão do gás de estufa CO2 em Xangai nos últimos anos. Talvez porque o número é elevado. Praticamente todas as residências e edifícios em Xangai estão agora equipados com aparelhos de ar condicionado, assim como o número de veículos aumentou.

Por outro lado, a porta-voz do governo local afirmou que o ambiente fazia parte das considerações quando a rede eléctrica esteve à beira do colapso no passado Verão durante uma onda de calor.

"Quando tivemos problemas com a produção insuficiente de energia eléctrica, primeiro decidimos encerrar as fábricas que apresentavam o valor mais elevado de emissões de enxofre e outros gases poluentes."

Contudo, Jiao Yang admite que a poluição durante o período de crescimento extraordinário foi e, por vezes, ainda é um problema. Durante muitos dias, a qualidade do ar não está de acordo com os requisitos do Governo, o que explica o facto de a cidade estar submersa numa neblina tipo "smog". Neste âmbito, o Governo introduziu uma rigorosa monitorização da qualidade do ar.

"Simultaneamente, já fizemos bastante para melhorar o nível de poluição dos nossos rios. Investimos, por exemplo, 10 anos de trabalho e muito dinheiro para limpar o Rio Suchou, totalmente destruído pela poluição. Actualmente, pode-se pescar neste rio e as residências ao longo da margem estão entre as mais caras da cidade", explica Jiao Yang.

Três por cento do orçamento previsto para Xangai destina-se ao ambiente.

A visão do crescimento é dominante. A porta-voz informa com orgulho que a taxa de crescimento económico da megacidade excedeu os 10% nos últimos 12 anos. Durante este período, mais de 30.000 empresas estrangeiras investiram em Xangai - e no ano passado investiram mais de 40 mil milhões de Euros. Quase todas as famílias têm agora acesso à Internet.
 
 

	Novos arranha-céus em Xangai

50 Universidades

Na realidade, a receita para o crescimento e o sucesso em Xangai é bastante semelhante à de países como a Dinamarca. Xangai centra-se na educação. A cidade conta já com 50 universidades e o sistema de ensino pretende disponibilizar educação a todos. Simultaneamente, Xangai centra-se muito mais no sector dos serviços em prejuízo da produção industrial mais poluente.

As autoridades pretendem reduzir o rigoroso controlo central e tornar o sistema mais aberto.

"Estamos a tentar reduzir o nosso próprio poder e conferir mais poder a entidades privadas e outras autoridades. Por outro lado, concentramo-nos em prestar aconselhamento e supervisão relativamente ao desenvolvimento. Do mesmo modo, durante o ano passado, eliminámos mais de 1000 regras burocráticas e autorizações", afirma Jiao Yang.

Em Xangai, seguimos o modelo Ocidental e introduzimos porta-vozes governamentais para assegurar uma maior abertura perante o público relativamente a questões governamentais.

"Para além disso, abriremos os websites governamentais ao público. No próximo mês, os primeiros 15 ministérios disponibilizarão informações aos cidadãos", afirma a porta-voz.

Xangai é uma das cidades chinesas que apresenta um nível de crescimento mais elevado. Agora, esse crescimento deverá expandir-se pelas outras regiões deste enorme país, de acordo com a decisão do Governo de Pequim. Neste sentido, Xangai empenha-se em ajudar várias regiões pobres na China a alcançar o mesmo nível de desenvolvimento. Xangai tem agora a responsabilidade de ajudar o Tibete, Sichuan, Yunnan e Xinjiang.

"Tendo em conta este objectivo, criámos um departamento especial para distribuir dinheiro e mercadorias. Este departamento irá ajudar a construir escolas e hospitais, sendo que disponibilizamos educação ou contribuímos com professores. Do mesmo modo, estamos a enviar representantes das nossas empresas para estas regiões, no sentido de partilhar as nossas preferências tecnológicas", explica Jiao Yang.
 
 

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