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Rosetta measures comet’s temperature
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A Rosetta mede a temperatura do cometa

05/08/2014 1115 views 1 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

A nave da ESA Rosetta fez as suas primeiras medições de temperatura do seu cometa alvo, descobrindo que este é demasiado quente para estar coberto de gelo e que afinal deve estar coberto por uma crosta escura e poeirenta.

As observações do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko foram feitas pelo instrumento da Rosetta, o espectómetro VIRTIS, entre 13 e 21 Julho, quando a Rosetta se aproximou, dos 14 000 km de distância para apenas 5000 km.

A estas distâncias, o cometa cobria apenas alguns pixeis no campo de visão e por isso não foi possível determinar as temperaturas de pontos individuais. Mas, usando o sensor para captar a radiação infravermelha emitida pelo cometa todo, os cientistas determinaram que a sua temperatura média à superfície é de cerca de –70ºC.

O cometa estava a cerca de 555 milhões de quilómetros do Sol naquela altura – mais do que três vezes mais longe da Terra, o que significa que a luz do sol tem apenas um décimo do brilho.

Apesar de –70ºC parecer muito frio é cerca de 20–30ºC mais quente do que o previsto para o cometa, à distância coberto exclusivamente de gelo.

“Este resultado é muito interessante, já que nos dá as primeiras pistas sobre a composição e propriedades físicas da superfície do cometa,” diz o investigador principal do VIRTIS, Fabrizio Capaccioni, da INAF-IAPS, Roma, Itália.

Outros cometas, tal como o 1P/halley, são conhecidas por terem uma superfície muito escura, devido a uma cobertura de pó, e relativamente ao cometa da Rosetta, já se sabia, a partir de observações no solo, que tinha uma baixa reflectância, excluindo uma zona completamente limpa, coberta de gelo.

As medições de temperatura fornecem uma confirmação direta de que boa parte da superfície deve estar coberta de pó, porque o material escuro aquece e emite calor mais rapidamente do que o gelo quando exposto à luz solar.

“Isto não exclui zonas relativamente limpas de gelo, no entanto, e muito em breve, o VIRTIS será capaz de começar a gerar mapas com a temperatura de zonas individuais”

Além das medições globais, o sensor irá estudar a variação da temperatura diária à superfície em áreas específicas do cometa, de forma a que se possa perceber a rapidez da reação da superfície à iluminação solar.

Isto irá dar pistas sobre a condutividade térmica, densidade, porosidade, dos dez centímetros à superfície. Esta informação será importante na seleção de um local de aterragem para o lander Philae.

Também irá medir as mudanças na temperatura à medida que o cometa se aproxima do Sol, ao longo da sua órbita, aquecendo substancialmente a superfície.

“Combinando com observações de outras 10 experiências científicas da Rosetta e ainda as do lander, o VIRTIS irá fornecer uma descrição minuciosa das propriedades físicas da superfície e dos gases na cauda do cometa, observando à medida que as condições se alteram diariamente, enquanto o cometa dá voltas ao Sol ao longo do próximo ano,” diz Matt Taylor, cientista de projeto da ESA para a Rosetta.

“Prestes a chegarmos a apenas 100 km de distância do cometa, estamos entusiasmados por começar a analisar este fascinante pequeno mundo com cada vez mais detalhe.”

Mais sobre a Rosetta

A Rosetta é uma missão da ESA com contribuições dos seus estados membros e da NASA. O lander Philae é da responsabilidade de um consórcio liderado pela DLR, MPS, CNES e ASI. A Rosetta será a primeira missão na história a fazer um rendezvous com um cometa, a acompanhá-lo enquanto o cometa orbita o Sol e a lançar um lander.

Os cometas são cápsulas do tempo que contêm material primitivo que sobrou dos tempos em que o Sol e os planetas se formaram. Estudando o gás, as poeiras e a estrutura do núcleo e dos materiais orgânicos associados ao cometa, via observações remotas na in-situ, a missão Rosetta deve tornar-se num elemento chave para a compreensão da história e evolução do nosso Sistema Solar, bem como na resposta a questões relacionadas com a origem da água na Terra e talvez até da vida.

Para mais informações, por favor contacte:

Markus Bauer




ESA Science and Robotic Exploration Communication Officer






Tel: +31 71 565 6799






Mob: +31 61 594 3 954






Email: markus.bauer@esa.int

Matt Taylor




ESA Rosetta project scientist




Email: matthew.taylor@esa.int

Fabrizio Capaccioni
VIRTIS principal investigator
INAF-IAPS, Rome, Italy
Email: fabrizio.capaccioni@iaps.inaf.it

 

 

 

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