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Ariane 5 aperfeiçoado demonstra capacidade de lançamento de cargas pesadas

16/02/2005 434 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

ESA PR 09-2005. A última versão do Ariane 5, concebida para lançar para uma órbita de transferência geostacionária até 10 toneladas de cargas úteis, completou com êxito o seu voo de qualificação inicial a 12 de Fevereiro. Após uma descolagem perfeita do Porto Espacial Europeu na Guiana Francesa às 18:03 hora local (22:03 CET - Hora Central Europeia), o lançador do voo 164 da família Ariane colocou a sua carga útil na órbita de transferência prevista.

Este êxito prepara o caminho para a introdução comercial do Ariane 5 versão ECA', que substituirá a actual Ariane 5G de configuração 'Genérica' e foi concebida para manter a competitividade dos sistemas de lançamento europeus no mercado mundial de serviços de lançamento. A partir do segundo voo programado para meados deste ano, o Ariane 5 ECA tornar-se-á no novo grande suporte europeu destinado a lançar cargas úteis pesadas para uma órbita geostacionária e outras.

O Ariane 5 ECA integra dois novos propulsores sólidos, cada um dos quais carregado com 2,43 toneladas extra de propulsante, aumentando, assim, a força de propulsão combinada na descolagem mais de 60 toneladas, relativamente à configuração Genérica. O andar principal criogénico foi igualmente actualizado, transportando agora 15 toneladas de propulsante adicional. É propulsionado pelo novo motor Vulcain 2, derivado do Vulcain 1, o qual fornece mais 20% de propulsão. O Ariane 5 ECA introduz o novo andar superior criogénico "ESC-A" de alta performance, propulsionado pelo mesmo motor HM-7B do terceiro andar do Ariane 4.

O Ariane 5 ECA tem uma capacidade de lançamento suficiente para colocar numa órbita de transferência geostacionária a maioria das combinações de satélites comerciais e permitirá que a Arianespace reintegre a política sistemática de lançamentos duplos que esteve na base do sucesso das gerações anteriores dos lançadores Ariane.

Cargas úteis comerciais e tecnológicas

Neste voo, o lançador Ariane 5 ECA transportou três cargas úteis. A primeira, libertada 26 minutos após o início do voo, foi o XTAR-EUR, um satélite comercial de telecomunicações em banda X, de 3600 kg, lançado por conta da XTAR LLC. Este satélite utilizará, subsequentemente, o seu sistema de propulsão de bordo para alcançar a órbita circular. Após um período inicial de testes em órbita, será utilizado para fornecer comunicações seguras a clientes de orgãos governativos.

Os outros dois satélites a bordo, o micro-satélite Sloshsat FLEVO e o modelo instrumental Maqsat B2, armazenados no interior do adaptador de lançamento duplo Sylda, foram colocados em órbita para a ESA.

Lançada de seguida, 31 minutos após a descolagem, a Unidade para Experimentação de Líquidos e Verificação em Órbita (FLEVO) Sloshsat é um satélite de 129 kg desenvolvido para a ESA pelo Laboratório Aerospacial Nacional Holandês (NRL). Investigará a física dos fluidos em ambiente de microgravidade, para ajudar a compreender de que forma a agitação do propulsante no depósito afecta o controlo da nave espacial. A sua missão está planeada para durar 10 dias.

Para limitar a proliferação de resíduos no espaço o terceiro passageiro, o Maqsat B2, permanecerá fixo ao andar superior do lançador. Este modelo instrumental de 3500 kg foi concebido para simular o comportamento dinâmico de um satélite comercial no interior da fuselagem da carga útil do Ariane 5. Um sistema autónomo de telemetria transmitiu dados sobre o ambiente da carga útil durante todas as fases de voo, desde a descolagem até à injecção em órbita. Equipado com um conjunto de câmaras, o Maqsat B2 também forneceu imagens impressionantes do ambiente “a bordo” durante algumas das principais fases de voo, incluindo a separação dos propulsores sólidos e a largada da meia carga útil superior Sylda.

“Menos de um mês após a aterragem da Huygens em Titã, este lançamento marca um outro grande feito da Europa no espaço e constitui mais uma demonstração das capacidades europeias neste campo tecnológico altamente exigente” afirmou Jean-Jacques Dordain, Director Geral da ESA, após o voo. “O sucesso de hoje é também uma recompensa para todos aqueles que, na indústria e nas agências de toda a Europa, têm trabalhado tão arduamente para repor este lançador em condições de uso operacional.

"O acesso garantido ao espaço é um pré-requisito para o nosso sucesso em todas as actividades espaciais sendo, por isso, um nosso dever manter esta capacidade no auge das suas potencialidades.”

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