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The city of Boca do Acre in western Brazil
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Boca do Acre

06/12/2013 531 views 3 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Esta imagem de radar do Envisat foi captada por cima da cidade Boca do Acre, no oeste do Brasil.

Esta cidade faz parte do estado do Amazonas, o maior do Brasil tendo em conta a área, e está praticamente toda coberta pela Floresta Tropical do Amazonas. 

O nome Boca do Acre deve-se à sua localização, na confluência dos rios Acre e Purus. 

Ao longo do curso principal do rio estão os lagos ‘junta de bois’ que se formam quando um rio muda de curso. 

Esta imagem resulta na verdade da compilação de três imagens do radar do Envisat, captadas a 28 de outubro de 2005, 12 de setembro de 2008 e 17 de setembro de 2010. A cada imagem é atribuída uma cor – vermelho, verde e azul – e quando combinadas revelam as alterações na superfície a cada passagem do Envisat. 

Nesta imagem, as cores revelam grandes áreas de desflorestação – que se tornam evidentes pelas suas formas geométricas. 

Dada a sua dimensão e o facto de a região estar frequentemente coberta de nuvéns, a deteção remota por radar é a melhor forma de estudar a Bacia do Amazonas numa larga escala, especialmente para a avaliação da extensão dos danos devidos à desflorestação. Os radares podem observar quer de dia quer de noite e em quaisquer situações meteorológicas. 

As observações de satélite também apoiam a iniciativa das Nações Unidas para a redução das emissões e da desflorestação nos países em desenvolvimento, REDD -  Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation. 

As árvores absorvem o dióxido de carbono e convertem-no em oxigénio, enquanto as árvores que apodrecem, são cortadas ou quimadas acabam por emitir dióxido de carbono. Daí que preservar as florestas não só impede-as de libertar este gás como também garante a absorção de dióxido de carbono de outras fontes.  

O REDD dá um incentivo financeiro aos países em desenvolvimento para manterem as áreas de floresta. A redução e prevenção da desflorestação é a medida de mitigação com maior impacto no armazenamento de carbono a curto prazo, prevenindo as emissões de carbono para a atmosfera. 

As missões Sentinel-1 e -2, que estão a ser desenvolvidas pelo programa europeu Copernicus, bem como o satélite de Biomass da ESA, irão apoiar o REDD no mapeamento e monitorização das florestas.