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O CryoSat detecta falhas nos gelos oceânicos
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Dados do CryoSat acessíveis a todos

03/02/2011 313 views 0 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Os cientistas têm agora acesso a uma fonte de novos dados que irão ajudar a determinar com exactidão de que forma os gelos terrestres estão a mudar. Esta informação obtida a partir da misssão CryoSat, da ESA, tem todas as condições para representar uma mudança na compreensão das complexas relações entre o gelo e o clima.

Tendo em conta a perda do satélite original, durante o lançamento do primeiro CryoSat em 2005, os cientistas de todo o mundo aguardam há muito tempo por informação acerca da espessura do gelo – o que realça a importância destes dados agora disponíveis.

O responsável pela missão CryoSat, Tommaso Parrinello, anunciou a disponibilização dos dados durante o workshop CryoSat Validation, a decorrer neste momento. «Estamos contentes por poder anunciar este importante passo, que chega apenas algumas semanas após o final da comissão», disse o responsável.

Os satélites já revelaram que a extensão dos gelos no Ártico está a diminuir, mas o CryoSat irá completar a imagem fornecendo informação detalhada acerca da forma como a espessura de gelo, quer em terra quer sob o mar nos oceanos polares, está a mudar ao longo do tempo.

A missão de gelo da ESA
A missão de gelo da ESA

Toda junta, a informação acerca da extensão e da espessura irá dar uma perspectiva exacta acerca da forma como o volume de gelo está a mudar.

Lançado em Abril do ano passado, o CryoSat e a instalação de processamento em terra mostraram estar a trabalhar em pleno.

«A partir de hoje, a comunidade científica internacional terá acesso fácil e livre a todas as medidas do CryoSat. Isto irá formar uma base de dados única que permitirá determinar o impacto que as alterações climáticas estão a ter nos gelos terrestres.»

Duncan Wingham, da University College London disse, «É muito bom ver os dados a serem divulgados e é uma prova dos esforços feitos pela equipa da ESA que isto tenha sido conseguido em tão pouco tempo.

«Já sabemos que o hardware está a fornecer resultados extremamente precisos; agora podemos começar a ver a tradução disto em conquistas científicas.»

O CryoSat transporta um sofisticado altímetro de radar que é capaz de medir a espessura de gelo com a precisão na ordem do centímetro e detectar alterações nos lençóis de gelo, particularmente nas fronteiras entre os icebergs e os lençóis de gelo que cobrem a Gronelândia e a Antártida.

É a capacidade de detectar alterações a cada minuto nestes dois tipos de gelo que separa a missão CryoSat das outras, além do facto de que a órbita do satélite aproxima-o mais dos pólos do que as missões anteriores.

Medindo a quantidade de gelo que está acima do nível da água
Medindo a quantidade de gelo que está acima do nível da água

Um passo essencial para o mapeamento da espessura dos gelos é a possibilidade de diferenciar os sinais de radar recebidos dos diferentes tipos que existem.

A imagem no topo, obtida a partir de dados do CryoSat sobrepostos em imagens de radar do Envisat, da ESA, mostra claramente que existem fendas no gelo oceânico.

Topografia dinâmica dos oceanos feita a partir do CryoSata
Topografia dinâmica dos oceanos feita a partir do CryoSata

Resultados anteriores da missão mostraram também de que forma é que os dados do CryoSat podem ser usados para um maior entendimento acerca da forma como a circulação no Oceano Ártico pode ser alterada com a diminuição dos gelos.

Graças ao facto de o satélite atingir latitude próximas dos 88º, podem agora ser preenchidas falhas nos mapas de ‘topografia dinâmica dos oceanos’, o que é a altura da água relativamente ao geóide – a forma de um oceano global imaginário, na ausência de vento, marés ou correntes.

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