Edgar Martins retrata a Agência Espacial Europeia
Numa experiência sem precedentes, o artista plástico de origem portuguesa, Edgar Martins, fotografou as instalações da Agência Espacial Europeia. Do trabalho de dois anos, resultou a exposição que inaugura amanhã, 25, em Londres e que chegará a Lisboa em junho deste ano.
O exaustivo estudo fotográfico, conseguido depois de um périplo pelas instalações da ESA em todo o mundo, tem o título em inglês The Rehearsal of Space and the Poetic Impossibility to Manage the Infinite - O Ensaio do Espaço e a Impossibilidade Poética de Conter o Infinito – e estará patente, de 25 de abril a 29 de maio, na galeria Wapping Project Bankside, em Londres. Chegará ao Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 27 de junho
Em 2012 e 2013, Edgar Martins, nascido em Évora em 1977, teve acesso a estabelecimentos da ESA e parceiros, passando por cerca de 20 locais, no Reino Unido, Holanda, França, Alemanha, Espanha, Rússia, Cazaquistão e Guiana Francesa. O objetivo da ESA, subjacente ao acordo estabelecido com o artista, é desta forma chegar a segmentos da população que poderão não estar tão sensibilizados para as atividades espaciais europeias.
As fotografias resultam de longas exposições, em 10X8 polegadas, e retratam centros de testes, departamentos de robótica, simuladores espaciais, laboratórios, locais de lançamento, centros de treino de astronautas e salas de montagem de satélites.
A composição limpa e a precisão hiper-realista das imagens contrastam com o secretismo e obscurantismo que envolve por vezes as atividades relacionadas com o espaço.
Depois de Londres, a exposição seguirá para várias galerias e museus, chegando ao Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 27 de junho. Além de França ou Alemanha, a exposição viajará também para o Brasil, os Estados Unidos e o Japão.
Apesar de retratar uma realidade que raramente é vista pelo público, a tecnologia e as instalações expostas em O Ensaio do Espaço e a Impossibilidade Poética de Conter o Infinito podem parecer estranhamente familiares, sublinhando a influência da cultura popular na modelação da forma como entendemos a exploração espacial – não será por acaso que Edgar Martins refere o filme Gravidade, de Alfonso Cuarón ou o álbum Dark Side of the Moon, dos Pink Floyd, como influência.
O rigoroso estudo do artista revela a impressionante escala do esforço global da exploração espacial, eventualmente a maior aventura científica dos nossos tempos. Ao todo, há 86 fotografias na série, que vão da escala macro – foguetes, satélites, módulos de treino, salas limpas – aos componentes micro, quase invisíveis ao olho humano.
A exposição em Londres coincide com o lançamento do seu novo livro The Rehearsal of Space and The Poetic Impossibility to Manage the Infinite, que será lançado em maio de 2014 pela La Fabrica / The Moth House.
O livro estará disponível numa edição de capa rígida, com 184 pp., 86 placas de cor e ensaios do astrofísico John Gribbin, o físico do CERN João Seixas e o curador Sérgio Mah, em inglês e espanhol.
O Rehearsal of Space teve o apoio de organizações culturais, como o The Arts Council England, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação EDP, o Instituto Camões Portugal, o Instituto Cultural de Macau e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Para questões relacionadas com o lançamento do projeto em Londres, por favor contacte a galeria do artista, The Wapping Project Bankside.