O Proba-2 vê o eclipse solar
A Europa não conseguiu ver o eclipse solar de domingo, só observável do outro lado do planeta, mas o Proba-2 – o microssatélite meteorológico espacial da ESA - passou várias vezes pela sombra da lua, a 700 quilómetros acima da Terra.
Em resultado dessas passagens, o Proba-2 observou quatro eclipses parciais do Sol. O primeiro contacto foi feito no domingo, dia 20 de maio, às 22h09 na hora de Lisboa e o último contacto terminou às 04h04.
O eclipse solar dá aos investigadores do Observatório Real da Bélgica a oportunidade de verificarem o estado do principal instrumento SWAP do Proba-2, o qual monitoriza o Sol na região do ultravioleta extremo. Nestes comprimentos de onda, as zonas onde o disco lunar cobre o Sol devem aparecer negros.
No entanto, a dispersão da luz e o ruído do instrumento podem tornar os pixeis menos escuros. Portanto, o eclipse solar ajudou os investigadores a determinarem o bom funcionamento de cada pixel.
O LYRA - o segundo instrumento de observação do Sol do Proba-2, que mede a atividade solar - recolheu “curvas de extinção”, obtidas enquanto a Lua obscurecia gradualmente o Sol. O sinal tornou-se menos intenso durante o eclipse porque uma parte da radiação solar foi bloqueada pela Lua.
Mas a redução deste sinal e o seu aumento posterior não são simétricos. É que são as “regiões ativas” tempestuosas do Sol que mais contribuem para o sinal e estas regiões não estão distribuídas uniformemente ao longo do disco solar.
Entretanto, os outros dois instrumentos do microssatélite examinaram o buraco formado na ionosfera - a camada eletricamente ativa mais alta da atmosfera da Terra - pela sombra do eclipse.