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Eclipse total
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Espetáculo solar visto da Terra e do Espaço

22/08/2017 787 views 8 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Enquanto os observadores terrestres experienciaram, ontem, a impressionante visão de um eclipse solar total, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional e os nossos satélites de observação solar, desfrutaram de perspetivas únicas desta visão espetacular a partir do espaço.

Graças a uma peculiaridade do nosso cosmos, a distância média da Lua à Terra é justamente adequada para que esta aparente ser do mesmo tamanho que o sol, o qual é significativamente maior: o diâmetro do Sol é 400 vezes maior do que o da Lua, mas também é se encontra 400 vezes mais distante.

Sombra da Lua na Terra
Sombra da Lua na Terra

Quando os dois se alinham, de tal forma que a Lua desliza diretamente entre a Terra e o Sol, esta parece cobrir completamente a nossa estrela, bloqueando temporariamente a luz e criando um eclipse solar total para aqueles ao longo do caminho estreito da sombra da Lua.

Ontem, 21 de agosto, os observadores situados ao longo de uma faixa de 115 km de extensão, que se estendia de Oregon para a Carolina do Sul, nos EUA, encontravam-se sob esse caminho de ocultação total. A sombra do eclipse demorou cerca de uma hora e meia para atravessar o continente, com o pico da ocultação total a demorar cerca de 2 minutos e 40 segundos.

Eclipse total
Eclipse total

Uma equipa de astrónomos da ESA fotografou o eclipse dos EUA e capturou fenómenos, tais como, contas de luz brilhando através de lacunas no terreno lunar e o brilhante efeito do “anel de diamante”, à medida que o último e o primeiro deslizamento da luz solar atravessava imediatamente antes e depois da ocultação total.

Também fotografaram a atmosfera prolongada do Sol, a coroa, que é visível a olho nu apenas durante a ocultação total, quando o resto da luz do Sol está bloqueada.

Eclipse parcial observado a partir de Kourou
Eclipse parcial observado a partir de Kourou

Os astrónomos do Porto Espacial da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, tiveram um eclipse parcial, depois da ocultação total ter terminado na América do Norte. A costa nordeste da América do Sul foi um dos últimos lugares a observar o eclipse, antes de terminar em todo o mundo.

Observadores afortunados, nas partes mais ocidentais da Europa, também capturaram alguns momentos do eclipse parcial ao pôr-do-sol, incluindo os astrónomos no Centro Europeu de Astronomia Espacial da ESA, perto de Madrid, na Espanha.

Enquanto isso, a partir do seu ponto de vista único, a cerca de 400 km acima da Terra, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, incluindo o Paolo Nespoli da ESA, observaram eclipses parciais e a sombra obscura da Lua na superfície do planeta. A estação espacial atravessou o caminho da ocultação total três vezes, durante as suas órbitas de 90 minutos em torno da Terra.

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Eclipse parcial observado pelo Proba-2
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Também em órbita à volta da Terra, 14,5 vezes por dia, na sua órbita polar a 800 km de altitude, encontra-se o satélite Proba-2 da ESA, o qual se previa observar a Lua passar quatro vezes através do seu campo de visão, com três eclipses parciais.

Mais longe, a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra em direção ao Sol, o Observatório Solar e Heliosférico da ESA/NASA, SOHO, capturou panoramas sobre a atividade do Sol e o extenso coma.

Para SOHO, os eclipses são habituais: bloqueia permanentemente a luz do disco do Sol para ver detalhes finos na coroa e particularidades na extensa atmosfera do Sol.

Estas imagens baseadas no espaço fornecem um contexto útil para os astrónomos terrestres, oferecendo vistas amplas da coroa e da atividade do Sol no momento do eclipse e numa gama de comprimentos de onda. Isto ajuda a vincular os recursos vistos numa faixa de escalas, dando uma conspeção sobre a atividade dinâmica do Sol.

Eclipse em contexto
Eclipse em contexto

Mais informações e imagens das várias campanhas de observação estão disponíveis nos seguintes links:
Equipa de observação terrestre da ESA em Casper, Wyoming
Imagens de satélite do Proba-2 da ESA
Imagens do SOHO da ESA/NASA
Mais sobre as observações da ISS

 
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Nota: este artigo pode ser atualizado à medida que mais imagens/vídeos se tornem disponíveis.