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Movimento da pluma de dióxido de enxofre (SO2) de Merapia em infra-vermelhos
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Satélites monitorizam cinzas vulcânicas do Monte Merapia

18/11/2010 1057 views 1 likes
ESA / Space in Member States / Portugal

Desde a última série de erupções mortais, o Monte Merapi, em Java, tem estado a expelir cinzas vulcânicas para a atmosfera. Os dados de satélite são cruciais para avaliar o risco relativamente ao tráfego aéreo e à segurança pública.

O Monte Merapi entrou em erupção a 26 de Outubro e matou mais de 200 pessoas. Inúmeros voos internacionais, para dentro e para fora da Indonésia foram cancelados devido às nuvens de cinza.

Voar por uma destas nuvens é uma ameaça à segurança porque as partículas podem levar à falha dos motores.

Por exemplo, a 28 de Outubro um airbus da companhia aérea Thomas Cook Scandinavia voou através do Merapi, numa rota entre a Indonésia e a Arábia Saudita, com paragem em Batam. Já em Batam, descobriu-se que os motores estavam danificados e tinham de ser substituídos.

Os Centros de Alerta para as Cinzas Vulcânicas (VAACs) são responsáveis por compilar informação relativa às cinzas vulcânicas, avaliando os riscos para a aviação. O VAAC da Austrália, em Darwin, está a recorrer aos dados de satélite da pluma para emitir as suas previsões.

Movimento e altura da pluma de SO2 de Merapi
Movimento e altura da pluma de SO2 de Merapi

Andrew Tupper, do Gabinete de Meteorologia disse: «As informações da ESA têm sido muito úteis para o VAAC de Darwin, quando recebidas em tempo real, e esperamos que na análise pós evento possamos demonstrar muito mais valor potencial.»

Os satélites ajudam os VAACs fornecendo informações acerca das cinzas e do percurso dos gases, tais como o dióxido de enxofre, que surgem na atmosfera durante uma erupção.

A ESA envia alertas acerca do dióxido de enxofre praticamente em tempo real. Um mapa da localização deste gás é colocado numa página dedicada, fornecida no email.

Este Apoio aos Serviços de Controle da Aviação tem por base os dados dos satélites Envisat, da ESA, MetOp, da Eumetsat e do Aura da NASA. As animações à direita mostram que a pluma de dióxido de enxofre e o seu movimento da Indonésia até à Austrália, de 4 a 13 de Novembro.

Para saber se as aeronaves podem passas com segurança por baixo ou pelo meio de uma nuvem de cinzas e para prever o movimento da nuvem, os VAACs precisam de mais informação precisa acerca da altitude e do comprimento da pluma de cinzas.

Movimento da pluma de SO2 em Merapi (UV)
Movimento da pluma de SO2 em Merapi (UV)

A ESA começou o projecto Suporte à Aviação para Escapar às Cinzas Vulcânicas (Support to Aviation for Volcanic Ash Avoidance) como uma demonstração que recorre aos dados de satélite e medições do vento para calcular a altura de injecção das emissões vulcânicas.

A animação à direita representa a altura da pluma de dióxido de enxofre de Merapi e o seu movimento.

As perturbações nos voos causadas pela nuvem do Monte Merapi são semelhantes à situação que a Europa enfrentou em Abril e Maio quando o vulcão islandês Eyjafjallajoekull expeliu grandes quantidades de cinza, deixando em terra inúmeros voos.

Em Maio, a ESA e a Eumetsat co-organizaram um encontro com cientistas líderes mundiais para que estes pudessem sugerir de que forma é que os satélites de observação da Terra podem apoiar os VAACs. A ESA e a Eumetsat estão agora a trabalhar na implementação de um conjunto de recomendações que foram realçadas no evento.

Os satélites operacionais, como o europeu Meteosat de Terceira Geração e o já planeado Global Monitoring for Environment and Security (GMES- Monitorização Global do Ambiente e da Segurança), irão assegurar a monitorização de cinzas vulcânicas a partir do espaço no futuro.

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